Família

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Reflexão e Rota

          
               Olá amigos, quanto tempo desde a última postagem! No meio tempo entre a atual postagem e a última houve uma bela viagem em família. Como é precioso o tempo passado com a família. Neste tempo renovamos as energias, nutrimos a amizade e a confidência, aparamos as arestas, conhecemos mais o outro e deixamos que nos conheçam...
            O tema da postagem de hoje foi sugerido por uma amiga. Mãe de duas meninas: uma de 8 e outra em torno de 4 anos de idade, essa minha amiga, mãe muito consciente e reflexiva me confidenciava algo mais ou menos assim: “como as meninas estão crescendo rápido... por enquanto eu as tenho “sob as asas”, mas logo nós não estaremos mais “no controle” e o que fazer? Como prepará-las para o que vem? Como eu devo me preparar? O que devo “deixar”, o que não devo “deixar”?” Creio que esses pensamentos já povoaram a mente de muitos de nós e muitos dos que agora leem essa postagem estarão provavelmente pensando que é exatamente essa a sua preocupação.
            Penso que o segredo de sempre é: “reflexão” e “rota”. Para qualquer viagem bem sucedida é importante estabelecer a rota a ser seguida. Isso vai permitir que cheguemos ao lugar ao qual nos propusemos dentro do tempo programado. Tenho uma amiga que recentemente fez uma viagem dentro dos Estados Unidos e me fazia o seguinte comentário: “a distância de San Francisco a Los Angeles é de quase 800 quilômetros então, como estávamos dirigindo, meu marido e eu programamos as paradas para aproveitarmos melhor o passeio e não nos cansarmos tanto.” Maravilha! É isso que devemos fazer enquanto pais. Mas isso só é possível com a rota na mão e reflexão na cabeça. Educar os filhos é uma grande viagem cheia de aventuras e só chegaremos a bom termo se estivermos checando continuamente a rota. Por isso são tão preciosos os tempos de família e o tempo que conversamos com o cônjuge sobre cada um dos filhos. Qual é a “rota” que queremos traçar para nossa família? Onde queremos chegar e como gostaríamos que nossos filhos crescessem? E sempre haveremos de dar essas “paradas” para avaliar, reprogramar e aproveitar melhor a viagem.
            Algumas dicas bem concretas podem ajudar:
    •     Reflita sobre o que é fundamental para toda a sua família. Anote que tipo de família realmente querem ser e o que querem para seus filhos. Seja concreto. Não anote coisas do tipo: “quero que sejam felizes.” Mas, medite sobre o que é felicidade para você e quais os passos que deve dar para alcançá-la e assim será mais fácil chegar mais concretamente ao que querem para os filhos. Pense sobre os princípios que escolheram para reger sua vida familiar.
    •     Reflita com o cônjuge sobre os princípios que vocês adotam na criação de seus filhos. Essa visão é especialmente importante, pois, com certeza, direcionará discussões e atividades familiares.
Quando vocês pensam nos princípios que regem sua vida familiar, esses mesmos princípios os ajudarão a escolher que tipo de férias terão, se é hora ou não de presentear os filhos, se já é o momento de dormir fora de casa, se devem ir a determinado lugar, a que horas devem chegar, o que fazer quando um filho vai mal na escola por preguiça e todas essas outras “preocupações” que fazem parte do ser bom pai e boa mãe.
E então, se isso for feito com freqüência e partilhado com os filhos, eles saberão quais os valores compartilhados por sua família; eles entenderão sua cultura familiar e com certeza passarão isso para frente. Eles entenderão as razões pelas quais os pais agem de determinada forma e ainda que possam reclamar, não perceberão incoerência entre palavra e atitude e isso lhes dará segurança. Mais ainda, eles levarão consigo os princípios que regem sua vida familiar e estarão mais aptos a fazerem as escolhas certas. Não vivemos para sempre e não estaremos sempre com nossos filhos; portanto, o maior legado que podemos deixar para eles é a capacidade de desenvolver aqueles dons humanos sobre os quais já falei em outra postagem: consciência, autoconsciência, imaginação e vontade para que eles possam assim ter toda a liberdade do mundo para fazer suas escolhas com responsabilidade.